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USP lançou a primeira estação de hidrogênio renovável no mundo
USP lançou a primeira estação de hidrogênio renovável no mundo

Durante o Fórum Econômico Brasil no Catar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o compromisso do Brasil em ser um protagonista na transição global rumo a uma economia sustentável. A transição energética foi enfatizada como uma oportunidade para o País alcançar sucesso nas áreas de energia de baixo carbono, reaproveitamento de resíduos, infraestruturas verdes e sociobiodiversidade.

Nesse cenário, a Universidade de São Paulo desempenha um papel significativo ao lançar a primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol no mundo, projeto em desenvolvimento pelo Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), vinculado à Escola Politécnica (EP) da USP. Além desses projetos, a USP também tem atuado na produção de hidrogênio a partir de biometano e gás natural, com captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês), também chamado de hidrogênio azul. 

Segundo Júlio Rogério Meneghini, professor da Escola Politécnica e diretor do RCGI, a USP é uma das instituições de ciência e tecnologia no Brasil mais avançadas no que se refere aos estudos sobre o hidrogênio verde/sustentável. “Temos a planta piloto que produzirá H2 (gás de hidrogênio)  a partir da reforma do etanol, tecnologia inicialmente desenvolvida pela startup Hytron; um outro projeto que visa a obter H2 a partir da vinhaça, resíduo líquido advindo da produção do etanol, além do projeto para produção de eletricidade a partir também do etanol, mas com células de combustível a alta temperatura (SOFC, equipamento no qual a obtenção do H2 a partir do etanol ocorre internamente na célula); e, finalmente, projetos de eletrólise a baixa temperatura otimizada (PEM) e a alta temperatura (SOFC).”

O professor Meneghini é um dos palestrantes no painel Diálogo Científico sobre Ação Climática e Investimento Sustentável no Brasil, organizado pela USP, Instituto Planeta Verde e Ordem dos Advogados, Seção São Paulo, nesta terça-feira (5/11), durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Dubai, nos Emirados Árabes.

Nas palestras de abertura do evento, participam Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, e Patrícia Iglecias, da Faculdade de Direito (FD) e superintendente de Gestão Ambiental da USP. Artaxo vai falar sobre O mercado de carbono e seu papel na proteção da biodiversidade na floresta amazônica. Artaxo lembra que os mecanismos de proteção da biodiversidade e a mitigação dos impactos de mudanças climáticas têm que andar juntos. “Uma depende da outra e vice-versa, então qualquer estratégia de mitigação e adaptação tem que levar em conta a minimização da perda de biodiversidade. Isso não só para o bioma amazônico, mas para todos os biomas brasileiros.”

Patrícia Iglecias vai abordar O mercado de carbono não regulamentado e o investimento sustentável no contexto das mudanças climáticas. Para a especialista, é necessário falar sobre modelos econômicos baseados no uso sustentável dos recursos naturais, dada a rica biodiversidade do País, e quais são as oportunidades de investimento sustentável e como é possível propor pontos para conectar sustentabilidade, economia e proteção ambiental. 

No encontro, Tadeu Fabrício Malheiros, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, discutirá políticas públicas de promoção da justiça climática no Brasil. Malheiros alerta que “as alterações climáticas terão um impacto mais forte na população mais pobre e os serviços públicos que serão fortemente afetados serão o abastecimento de água e o saneamento”. “A política nacional brasileira estabeleceu novas metas para a prestação universal desses serviços, no entanto, o desafio da universalização em áreas pobres ainda é grande, com barreiras relacionadas à questão da posse da terra, à capacidade de pagamento dos usuários e à governança do setor.”

O evento ainda terá a participação de Artur Ferreira, da Global Forest Bond, com a palestra Obrigações verdes e biodiversidade, e de Arthur Gomes, da CropLife Brasil, com O papel das novas tecnologias para uma agricultura tropical de baixo carbono. Já a conexão entre educação, qualidade de vida, erradicação da pobreza e a agenda climática será o tema da professora Josilene Ferrer da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Gabriel Wedy, juiz federal e vice-presidente do Instituto do Planeta Verde, fará uma abordagem crítica sobre o Contencioso climático no Brasil. A professora Consuelo Yoshida, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), desembargadora federal, falará sobre Justiça climática e Agenda 2030.

Fonte:

Rose Talamone
Jornal da USP
04/12/2023

 

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